ALEGRIA
Eu não quero
um vendaval.
Mas um vento
suficientemente forte
que leve consigo
sementes pesadas,
tipo a de côco,
cuja semente é a água.
Veio-me
um barco a vela
com água dentro
num rio seco.
Encalhado ou submerso?
Um sutil assobio,
que não apague a homônima
sobre a mesa
na nau.
Não é rima.
É travessio!
Uma vela
num barco a vela
que cai no rio?
Não ligo
pra balançar as folhas.
Nem gosto.
Desculpa esfarrapada
que dou
pra não sair de casa.
Mas gosto do barulho:
farfalhada.
Ligo
para que alucine os pólens.
Gosto
da alegria dos ovários,
da alergia das crianças,
porque não tenho nenhuma.
Um vento voltando
leva os pólens
pra dentro da flor de novo?
Espirro!
Deriva!
E tenho as respostas,
ao cheirar a flor
que polinizo.
NÃO ATINHA
/-\|\||)/-\|_/-\(,)|_|||\/|